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A doutrina da Trindade é uma doutrina fundamental da fé cristã e desde os primórdios do cristianismo, vem sendo atacada por vários grupos distintos. Por um lado, arianos, unitarianos, muçulmanos, espíritas, judeus, etc., questionam a divindade de Cristo e do Espírito Santo. Por outro lado, modalistas questionam o próprio conceito de hipóstase, fazendo Pai, Filho e Espírito Santo serem totalmente idênticos. O mais surpreendente, no entanto, é encontrar pessoas que deveriam defender a doutrina se alinhando aos críticos dela.
Há algum tempo postei o trecho da Vida de Antão, escrito por Atanásio de Alexandria, para tratar de da defesa de um padre católico da intercessão dos santos. Desde então muitos vieram ao site para comentar o texto, dizendo que o texto não nega a intercessão dos santos. A quantidade de comentários neste sentido foi grande, o que mostra que o texto original precisava de ser melhor apresentado.
Alexandre, patriarca da igreja de Alexandria de 312 a 327, é um dos maiores líderes cristãos de todo o tempo. Talvez tenha sido o maior responsável pela preservação da ortodoxia em relação à plena divindade de Jesus Cristo bem como à doutrina da Trindade, por ter se oposto aos ensinos de Ário e ter escolhido e preparado Atanásio não só como seu sucessor, mas também como o grande defensor do cristianismo nas décadas que se seguiram.
Ário (ou Arius) é uma figura central e polêmica do cristianismo na virada do século III para o IV depois de Cristo. Não se sabe exatamente a data nem o local em que esse sacerdote norte-africano nasceu. Especula-se que possa ter nascido na Líbia entre os anos 250 e 260 d. C. e há uma pequena evidência de que tenha sido aluno de Luciano de Antioquia (c.235-312), através do qual teria recebido influências da teologia de Paulo de Samosata (c. 200-275).
Atanásio, um dos maiores pais da Igreja primitiva, nasceu em Alexandria por volta do ano de 295 d.C., provavelmente de pais não cristãos e de língua grega, o que lhe deu ao menos a possibilidade de crescer e aprender as primeiras letras longe da última perseguição que assolou os cristãos egípcios entre os anos 303 e 312, embora aparentemente aquilo tivesse afetado de alguma forma a sua infância e adolescência. Após uma vida à qual nunca faltaram emoções e reviravoltas profundas, veio a falecer na sua mesma Alexandria no dia 2 de maio de 373.
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