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A doutrina da Trindade é uma doutrina fundamental da fé cristã e desde os primórdios do cristianismo, vem sendo atacada por vários grupos distintos. Por um lado, arianos, unitarianos, muçulmanos, espíritas, judeus, etc., questionam a divindade de Cristo e do Espírito Santo. Por outro lado, modalistas questionam o próprio conceito de hipóstase, fazendo Pai, Filho e Espírito Santo serem totalmente idênticos. O mais surpreendente, no entanto, é encontrar pessoas que deveriam defender a doutrina se alinhando aos críticos dela.
A autoridade e a razão constituíam o problema básico do escolasticismo. Qual era a autoridade medieval? Era a tradição substantiva sobre a qual se edificava toda a vida medieval. A autoridade residia, primeiramente, na tradição da igreja, expressa no reconhecimento dos pais da igreja, nos credos e concílios, e na Bíblia. Quando ouvimos hoje o termo "autoridade" pensamos logo num tirano, seja um pai, um rei, um ditador, ou mesmo um professor. Mas nos documentos medievais, a palavra auctoritas (autoridade) tinha outro sentido. Não era nem mesmo o papa, pois o seu autoritarismo só veio a aparecer mais tarde, pelo fim desse período. No início e no período áureo da Idade Média, a autoridade era a tradição viva. Perguntava-se: qual é a relação da razão com a tradição viva da igreja na qual se vivia? Não havia outra tradição. Essa tradição viva era-lhes tão natural como o ar que respiramos. Esta analogia pode nos ajudar a entender o sentido da tradição viva na Idade Média.
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